Comunicações


ENSINO


O ENSINO DE TRADUÇÃO NA UNIVERSIDADE
Orientando: Dennys da Silva Reis
Orientadora: Junia Regina de Faria Barreto
(REUNI/POSTRAD/UnB)

Os Estudos de Tradução se estabeleceram como área acadêmica na década de 1980 com fundamentação teórica oriunda de diversas práticas tradutórias dos mais variados países.
Apesar do ofício de tradutor existir desde sempre, seu ensino na universidade data do início do século XX. No Brasil, o ensino de tradução universitário começa em 1960 e perdura até a contemporaneidade. Porém, comparado a países como Canadá e Bélgica  – que são bilíngues - o ensino de tradução em nível universitário ainda é precário e não forma tradutores preparados para  responder às expectativas do mercado de trabalho brasileiro. É necessário refletir sobre o papel do ensino superior na área de Tradução e redefinir seus objetivos a fim de poder proporcionar uma melhor docência e qualificação necessárias para profissionalizar tradutores na universidade.
O presente trabalho visa refletir sobre o ensino de Tradução na universidade brasileira. Para tal objetivo serão discutidos quais as crenças ainda existem em volta da prática da tradução e do tradutor; o que vem a ser competência tradutória; as razões da discrepância entre prática e teoria no ensino de Tradução e as didáticas mais utilizadas no ensino de tradução no Brasil. Discutindo tais pontos cruciais do ensino de Tradução pretende-se não
apresentar um método de ensino de tradução na universidade, mas demonstrar que outras práticas pedagógicas são possíveis e comtemplam uma das metas primordiais do ensino superior no Brasil: a formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho.

Palavras-chave: Ensino de Tradução; Competência Tradutória; Estudos de Tradução; Crenças tradutórias; Didática da Tradução


Contribuições Gerativistas para o Ensino de Língua Portuguesa
Junia Lorenna da Silva
Eloisa Nascimento Silva Pilati – Orientadora
CNPq/UnB

Este trabalho visa estabelecer uma aproximação entre pressupostos oriundos da Teoria Gerativa, de Noam Chomsky (1957), e conceitos a ela correlatos, e o ensino de língua portuguesa, estabelecendo correlações entre pressupostos da teoria, tais como Aquisição de Linguagem, Gramática Universal (GU), Input, Argumento da Pobreza de Estímulo, Período Crítico e questões relacionadas ao ensino, e pesquisar como tais pressupostos podem vir a acrescentar possíveis soluções para os problemas e questões enfrentadas por professores com relação ao ensino de língua materna, além de propor reflexões sobre os métodos de ensino. A Teoria Gerativa criada por Noam Chomsky (1950) nunca se propôs ser uma teoria de ensino. Muitos foram os desdobramentos dessa teoria no âmbito das pesquisas sobre linguagem e mente, mas, ainda assim, é um desafio a relação entre o gerativismo e o ensino de línguas. Inicialmente será apresentada a abordagem da teoria, suas propostas, afirmações e contribuições e, em seguida, será feita uma reflexão sobre a maneira pela qual esses conceitos podem contribuir para uma melhoria na prática didática do professor de língua portuguesa do Brasil. Procurei demonstrar, primeiramente, qual a noção de linguagem dada pela teoria gerativa. Esta epistemologia funcionou como ponto de partida para se discutir a natureza do conhecimento linguístico do falante. Em seguida, procurei discutir como essa noção de linguagem pode contribuir para o ensino de língua escrita. Mostrei que aquisição e aprendizado são distintos, tendo por base os estudos de Carnie (2002) e Kato (2005), e que a relação entre ensino e L2 se dá através da L1. A literatura de ensino de L2 pode contribuir para o ensino da língua escrita no sentido de delimitar teoricamente, para o profissional, onde se dará o processamento mental do conhecimento por parte do aluno, facilitando, assim, a elaboração de material didático, de objetivos de ensino e de resultados a serem atingidos, e também o surgimento de pesquisas que ampliem o entendimento de docentes sobre o papel dos dados de input na geração (output) de estruturas sintáticas dentro de uma dada variedade linguística. E, com base nas contribuições de VanPatten (2003), é preciso investigar ainda mais que tipo de dado é considerado relevante para que haja um input adequado aos objetivos escolares.
Palavras-chave: Ensino, Teoria Gerativa, Input, Contribuições, Língua Portuguesa.



Internetês: Avanço ou retrocesso? Uma análise da linguagem da internet no contexto sala de aula
Jéssica Shuenck de Melo (UnB)
Marcos Carvalho Carlos (UnB)

A internet surgiu como resposta aos avanços tecnológicos e à necessidade de comunicação e absorção de informações de maneira rápida e prática. Através desse novo meio de comunicação surgiu mais uma necessidade: a junção da modalidade escrita das línguas em geral, com o dinamismo da fala. Assim, nasceu o internetês, carregado de abreviações, símbolos e um grande preconceito linguístico.
O preconceito surge de tudo àquilo que não se encaixa na norma padrão da língua e isso pode ser percebido no momento em que iniciamos a nossa vida acadêmica. A maioria dos professores não sabe lidar com a questão das variantes e, na maioria dos casos, somos induzidos a pensar que não sabemos a nossa língua materna, que cometemos erros o tempo todo. Consequentemente, crescemos com essa percepção e aprendemos a olhar com maus olhos tudo aquilo que foge às regras da gramática normativa. Por esta razão essa nova forma de se comunicar é mal vista por muitos professores, já que por sua vez não se adéqua ao padrão.
Mas o que realmente nos preocupa é se o internetês pode apresentar riscos no aprendizado e comunicação entre as pessoas, pois este não é e nunca será a única opção de linguagem, levando em consideração que cada forma tem sua especificidade e funcionalidade dentro do meio que a compete.
Com isso, nosso objetivo é caracterizar essa linguagem, analisar até que ponto ela é positiva e negativa dentro da sala de aula e por fim comparar a linguagem desenvolvida pelos brasileiros e pelos hispanoparlantes.

Palavras-chave: internet, espanhol, tecnologia, comunicação, informação.



Análisis de la contextualización y interactividad de las actividades de
heterosémanticos entre el portugués y español disponibles en internet.

Lucas Barbosa de Melo (UnB)


Este trabajo analiza las actividades gratuitas disponibles en la red con la temática de los heterosemánticos  entre  el  portugués  y  español  con  base  en  los  criterios  de
contextualización e interactividad.La enseñanza de los heterosemánticos entre lenguas
prójimas es importante porque la semejanza entre ellas pueden causar problemas en la
comunicación. Las actuales actividades con esta temática trabajan la comprensión lectora
y expresión escrita sin embargo son descontextualizadas y poco interactivas que no
explora los recursos disponibles en la red que facilitarían el proceso de adquisición del
léxico contrastivo en ambiente virtual de aprendizaje.
La interacción en las actividades posibilitan acciones superiores a la clase de E/LE y  por otro  lado  la  contextualización  trabaja  con  contextos  semánticos  lingüísticos  y  extral
lingüísticos   que  permiten  mejor  asimilación  do  léxico.  Por  fin  criamos  actividades
contextualizadas e interactivos con uso autentico de la lengua por medio de portadas de
periódicos que busca mejorar la asimilación del léxico y también desarrollar la autonomía
del estudiante brasileño de E/LE.
 
Palabras-clave: Heterosemánticos, E/LE, actividades, Internet, interacción, contextualización.


Perspectivas avaliativas para o curso de formação de tutores e monitores para o Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução - UnB: Desafios do processo em educação online.
Vagner Luiz da Fonseca (UnB)

Avaliar pode ser considerado um processo bastante complicado, em qualquer instância da educação.   Como parte importante no desenvolvimento do curso de formação de tutores e monitores para o avalet, (CFTM) a avaliação surge como um fator que desafia a percepção do tutor com relação a aprendizagem dos participantes. Como avaliar e como perceber melhor cada integrante do curso, no decorrer das atividades práticas e teóricas, vem sendo o ponto chave da avaliação no CFTM. Avaliar não dever ser compreendido apenas como atribuir valores àquilo que se acredita ser aprendizagem, mais que isso, avaliar é acompanhar o processo, a fim de que, de forma colaborativa seja construído o conhecimento participativo, onde cada aluno contribuir com a bagagem que já possui e também com seus questionamentos.
No  CFTM  merece  atenção  especial  a  participação  de  cada  integrante  nas  atividades propostas, pois o que se pretende avaliar são as ligações, as conexões que de forma individual ou coletiva são estabelecidas no desenvolvimento de cada módulo. Busca-se, então,  no  AVALet  avaliar  respeitando as diferenças  de cada  pessoa,  de  modo que  a avaliação seja realizada de forma eficiente e perpasse por uma compreensão mediadora do processo de ensino-aprendizagem, estabelecidos a partir das interações mediadas pelo uso da tecnologia.

Palavra chave: Avaliação,  formação de tutores, Ambiente Virtual de Aprendizagem, Prognose e Diagnose



LITERATURA

O EXISTENCIALISMO NA POÉTICA DE RAUL SEIXAS E NOVOS BAIANOS

Fábio Thubin Campos Coelho (UnB)

Raul e Galvão influenciam até hoje as pessoas pois suas letras são reflexivas. A obra dos dois se destacou nos anos 70. Este trabalho compara o pensamento de dos dois baianos, RAUL SEIXAS e LUIS GALVAO, em relação aos temas ESCOLHAS/SOCIEDADE, AMOR, MORTE/RELIGIAO.

Palavras-chave: Raul Seixas, Luís Galvão, existencialismo, anos 70, Novos Baianos.


A historía na biografia: um estudo das fontes utilizadas por Plutarco na Vida de Demóstenes
Emanuelle Alves Melo (CNPQ/UnB)
Orientadora: Sandra Lúcia Rodrigues da Rocha (UnB)

Este trabalho objetiva verificar a narrativa das estruturas em que há informações orais e de caráter historiográfico utilizadas por Plutarco na Vida de Demóstenes. A partir da análise dessa biografia, verifica-se que há uma disposição semelhante a uma narrativado gênero demonstrativo, descrita na Retórica de Aristóteles (1416b21), pois, nas informações de caráter historiográfico, representadas pelo verbo historeĩn (investigar) e pelo substantivo syngrapheús (escritor ou historiador), o autor não produz téchnē (“arte”), mas, por outro lado, nas provenientes da oralidade, por meio dos verbos phávai (contar) e légein (dizer), ele a produz. Plutarco faz escolhas quando encontra mais de uma informação acerca do mesmo assunto, demonstrando, em alguns casos, preferência ao relato de caráter historiográfico. Em razão disso, foi utilizada outra biografia, a Vida de Alexandre, escrita pelo mesmo autor, a fim de analisar se esses aspectos ocorriam semelhantemente nas duas biografias. Entretanto, na biografia de Alexandre, apesar de ter uma narrativa similar a de Demóstenes, houve uma diferença: há críticas de Plutarco, baseando-se nas cartas do biografado, diante das informações de historiadores. Portanto, verifica-se que houve nessas biografias um trabalho investigativo, em que Plutarco fez escolhas, interpretações e posicionamentos, e que o critério de estilo narrativo delas não foi igual.
Palavras-chave: Biografia Antiga, Historiografia Antiga, Plutarco, escrita e oralidade.


OS ESPAÇOS DE OPRESSAO NA DRAMATURGIA DE HILDA HILST: PERSPECTIVAS ATRAVÉS DA TOPOANALISE
Francisco Alves Gomes – CAPES / UnB
André Luís Gomes – Orientador / UnB

Hilda Hilst (1930-2004), exímia na escrita poética, incursionou pelos diversos modos de expressão literária: foi cronista, romancista, poeta e dramaturga. Em meio a toda a sua literatura, Hilst na maioria das vezes é lembrada como poeta, o que de certa forma contribuiu para o silenciamento de sua produção dramática, que corresponde aos anos de 1967 a 1969. Composta de oito peças, a saber: “Empresa ou A possessa: estória de austeridade e exceção” (1967); “O rato no muro” (1967); “O visitante” (1968); “Auto da barca de Camiri ou Estória, muito notória, de uma ação declaratória” (1968); “As aves da noite” (1968); “O novo sistema” (1968); “O verdugo” (1968) e “A morte do patriarca” (1969). O teatro de HH possui como característica singular um lirismo que ora oscila para o universal, ao tratar de temas já consolidados pela tradição literária, ora para o particular, aspecto inerente a uma escrita situada num período, em que a fragmentação identitária torna-se objeto e pano de fundo para a estetização literária. Deste modo, o espaço na narrativa vai muito além de sua função primeira qual seja a de caracterizar os aspectos físicos e geográficos do meio em que transcorre a história, e servir para descrever os comportamentos das personagens, como também singularizar os tipos humanos necessários à produção do efeito de verossimilhança literária. Ele cria também uma cartografia simbólica, em que se cruzam o imaginário, a História, a subjetividade e a interpretação. A construção espacial da narrativa deixa de ser passiva, apenas um elemento necessário à contextualização e pano de fundo para os acontecimentos e pode ser tomado como um agente ativo. Nessa perspectiva: o espaço, o lugar como um articulador da história e se transforma também numa personagem da narrativa. Portanto, a comunicação tem por finalidade pensar algumas características espaciais do teatro de Hilda Hilst.
Palavras – chave : teatro, dramaturgia, topoanalise, opressão, hida Hilst


A LÍNGUA NA NAÇÃO PRÉ-MODERNISTA EM CONTOS DE LIMA BARRETO E MONTEIRO LOBATO

Marcos Vinicius Caetano da Silva (Bolsista – CNPq / UnB)
Edvaldo Bergamo (UnB) – Orientador

O pré-modernismo brasileiro, período literário de transição de um academicismo intransigente para uma arte libertária genuinamente brasileira que espelhasse os impasses próprios de uma formação nacional inconclusa, abre espaço para a representação de contradições nacionais significativas através de dois autores: Lima Barreto e Monteiro Lobato. Uma temática que os aproximam no modo de representar os desajustes nacionais é o impasse de uma língua que não representa o Brasil mas esconde a verdade pela norma. Para examinar esse tema, que tem íntima relação com a questão nacional na república velha, os contos “O Colocador de Pronomes” e “Harakashy e as escolas de Java” foram eleitos para que, através da comparação, pudesse se verificar os conflitos sociais e culturais de uma nação em formação, evidenciados pelo processo de exclusão gerado por uma modernidade periférica que patrocinava modos diversos de marginalização, reconhecíveis pelo preconceito à cor da pele, pela organização estatal estagnada e pelo academicismo gramatical ultrapassado. Este trabalho é fruto do projeto de iniciação científica “A Nação pré-modernista em contos de Lima Barreto e Monteiro Lobato”, possível através de bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e que está inserido no projeto LITERATURA E NAÇÃO: DIÁLOGOS TRANSATLÂNTICOS NA FICÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA, que estuda as conexões entre literatura e nação, formação e representação contraditória da identidade nacional nos países de língua portuguesa.

Palavras-chave: Nação, Pré-modernismo, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Língua.



LINGUÍSTICA E TRADUÇÃO


AS REPRESENTAÇÕES DE NORMA NO PROCESSO TRADUTÓRIO
            Orientanda: Rafaela Moreira dos Santos
            Orientador: Marcos Bagno
            Bolsista CAPES/POSTRAD/UnB

Poucas são as abordagens que descrevem e avaliam as consequências dos aspectos sociolinguísticos do ato de traduzir. A tradução não é reconhecida e apresentada como uma atividade social que está inserida numa linha de produção textual com diferentes agentes trabalhando, submetida às etapas de avaliação e interferências na elaboração do texto final traduzido.  Do tradutor à estante das livrarias, o livro traduzido passa por várias etapas de edição que não são tão conhecidas. Relacionar norma linguística e tradução é desvendar uma lógica invisível ao leitor em que várias representações de normas se entrelaçam na consecução final do livro a ser vendido.
Este trabalho visa discutir como essas representações contribuem para o processo de ‘normatização’ dos demonstrativos este(s), esta(s), isto/esse(s), essa(s), isso e suas flexões na atividade social tradutológica. Para tal finalidade apresenta-se, inicialmente, a importância da abordagem sociolinguística na tradução; depois a noção de representatividade da norma linguística na descrição do percurso de editoração do texto final traduzido até a sua chegada ao mercado consumidor. E, por último, buscase apresentar esse processo na prática, através de exemplos retirados do livro Dez anos e nove meses de Fred Paronuzzi, traduzido por Rita Faleiros, Heitor Melo e Camila Nassif. Verifica-se, por fim, uma tendência quase sistemática de substituição do  este para  esse  na escrita tradutória, em virtude das várias representações de
norma incidentes na tradução.

Palavras-chave: Tradução;  Norma  Linguística; Demonstrativos; Normatização; Mercado Consumidor.


TECNOLOGIAS DE AUXILIO À TRADUÇÃO
Dyhorrani da Silva Beira (UnB)

O Objetivo principal desse trabalho é analisar diferentes programas de tradução no intuito de associá-los para que, em conjunto, possam auxiliar o tradutor. São também objetivos: demarcar vantagens e desvantagens do uso de programas de tradução; distinguir tradução automática da tradução assistida; analisar a interação entre programas que utilizados em conjunto funcionam como um mecanismo de apoio para o tradutor e seu trabalho. No estudo foram analisados os programas: Swordfish (plataforma tradutória), Stingray (alinhador) e o WordSmith (corpus). A partir da tradução de textos, com auxílio dessas ferramentas, analisamos criticamente as vantagens e os inconvenientes apresentados por elas. Discutimos a questão da segmentação em unidade de tradução operada pelos programas, distinguindo-a da segmentação cognitiva. Diferenciamos conceitualmente a tradução automática da tradução assistida. Refletimos sobre duas ferramentas fundamentais para atividade tradutória oferecidas pelos programas, i.e., a memória de tradução e a utilização de corpora, focando suas operabilidades e interoperabilidade no processo da tradução como um todo.
A função dessas ferramentas é o de auxiliar o tradutor em sua tarefa, tornando o processo de tradução mais rápido, eficiente e seguro. Questões como agilidade no processo tradutório através do uso da tradução automática levantaram questionamentos referentes à qualidade da tradução em áreas convergentes
.

Palavras-chave: Tradução automática, Tradução assistida, Memória, Corpus.

Estudos de aspecto verbal: casos dos verbos “ser” e “estar” no Português e no Espanhol

Vittor Azevedo Serra (UnB)

Este trabalho consiste em investigar a relação entre a codificação de tempo e aspecto gramatical, tomando como referência os verbos ‘ser’ e ‘estar’, no português e no espanhol. O estudo está inserido em projeto de pesquisa que investiga a manifestação de categorias lexicais e funcionais na estrutura oracional, com enfoque gerativo, em termos da abordagem de Princípios e Parâmetros, tal como formulada no programa minimalista de investigação das línguas naturais (cf. Chomsky 1995, 2001). Serão discutidos os conceitos de  aspecto lexical e gramatical/flexional, e as influências dos verbos ‘ser’ e ‘estar’ com termos aos quais podem se relacionar.
O estudo é construído a partir da tipologia aspectual apresentada inicialmente por Vendler & Dowty, que formulam, pela análise sintático-semântica dos predicados, a ideia de telicidade. Predicados télicos se referem a eventos de culminação (achievements) e processos culminados (accomplishments); e os predicados atélicos, a eventos processuais. Os eventos [+ dinâmicos] contrastam com os estados [-dinâmicos] quanto ao traço (cf. Verkuyl 1993).
Pela investigação dos traços aspectuais e das possíveis implicações translinguísticas de predicados realizados com verbos ‘ser’ e ‘estar’, são identificadas as relações entre atributos inerentes e temporários (Carlson, 1977). É considerada a existência de uma categoria funcional que manifesta traços aspectuais – núcleo de Aspecto (cf. Tenny 1994; Schmitt 1996; Borer 2005), definindo-se os contextos sintáticos codificadores dos contrastes e levantando demais pontos relevantes para a discussão.

Palavras-chave: Aspecto, léxico, oração, termos sintáticos


A identidade da mulher negra no Brasil: o caso da Revista Raça Brasil.

Lília Campos Pereira (UnB)
Orientadora: Viviane C.S. Ramalho (UnB)

Neste trabalho, pesquisamos as trajetórias sociais, históricas e políticas da mulher negra no Brasil, compreendendo assim, os processos de marginalização, exclusão, discriminação, segregação racial, em contexto histórico patriarcal, colonialista e escravocrata. O objetivo principal é estudar os aspectos das relações étnico-raciais e de gênero social nas representações e identificações da mulher negra na revista Raça Brasil. Por meio dos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso Crítica (ADC), analisamos como os discursos midiáticos se tornam instrumentos de poder, com potencial para fundamentar representações e discursos hegemônicos (Fairclough, 2003, 2008). Para construir uma identidade negra, principalmente para mulher negra, marcada por ideologias (Thompson, 2009) e discursos racistas (Rosemberg & Silva); percebemos que a revista ainda reproduz matérias sobre uma “estética” feminina, no entanto, procura enfatizar políticas étnico-raciais, um resgate e valorização da cultura, redefinindo o protagonismo de agente social, surgindo assim novas mudanças sociais.
Palavras-chave: Mulher; negra; identidade; representações; mudanças.


Homofobia no contexto escolar: Ferramentas de Problematização e Combate A esta prática por meio das aulas de Língua Inglesa
Márcio Evaristo Beltrão (FARA/GO)

Sendo considerada cada vez mais comum nas escolas brasileiras, a homofobia era uma prática frequente na escola em que leciono, criando, então, ações de desrespeito e indisciplina no ambiente escolar. Por meio de uma pesquisa informal, observei que a maioria dos/as alunos/as não aceitava o fato de a escola ter um número considerável de alunos homossexuais. Dessa forma, utilizando como referenciais teóricos as reflexões de Louro (1997, 2004) sobre gênero, sexualidade e educação, e as reflexões de Pennycook (1998, 1999) sobre as possibilidades de um ensino crítico de línguas estrangeiras, desenvolvi um projeto nas aulas de inglês do Ensino Médio com o objetivo de provocar uma reflexão entre os/as alunos/as sobre o respeito à diversidade de gênero e orientação sexual que encontramos no cotidiano escolar. Desta forma, utilizei como instrumento músicas internacionais, como Beautiful (Christina Aguilera), textos e vídeos que abordam o tema. Por meio da compreensão e interpretação deste material, ocorreu uma discussão sobre o tema sexualidade e preconceito e a contextualização com o que estava ocorrendo na escola. Como resultado, houve uma significativa mudança na postura de muitos/as alunos/as, que passaram a interagir com os/as alunos/as homossexuais, os/as quais, por sua vez, se tornaram menos “agressivos/as” e mais abertos/as à socialização. A conclusão é que o ensino de línguas precisa superar as práticas mecânicas e obter uma visão social, pois gera resultados que podem contribuir para formar cidadãos menos preconceituosos e mais abertos ao diálogo.

Palavras-chave: gênero e sexualidade; ensino crítico de inglês; problematização da homofobia.

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